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Saúde

A prevenção contra a infecção

Por Teresa Chacur de Miranda - Doutora em Odontologia pela UFRJ.

O impacto da atuação do profissional em Odontologia para a melhoria da saúde bucal e geral do indivíduo se torna mais evidente quando nos conscientizamos de que a boca é uma cavidade altamente contaminada e que está em íntima relação com todo o nosso corpo.

As doenças bucais podem afetar a qualidade de vida e o desempenho diário das pessoas. Pode piorar a autoestima, o sono, o estresse e a alimentação dos indivíduos.

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É muito importante que todos possam ter uma condição digna de saúde bucal para poderem ter uma interação social saudável como sorrir, falar, reconhecer o sabor dos alimentos e mastigar, sempre livre do desconforto e da dor.

Os microrganismos que habitam a nossa flora oral são de diferentes espécies e se coabitam em harmonia, porém algumas cepas podem se organizar e formar verdadeiras placas bacterianas. E, causar doenças nas gengivas, também chamadas de gengivite e periodontite.

As doenças na gengiva, na maioria das vezes, acontecem devido à falta da higiene bucal, porém outros fatores como o estresse, diabetes, alterações hormonais (por exemplo, na gravidez), abuso de substâncias como álcool e cigarro, algumas infecções e uso de certos medicamentos, podem contribuir para esse problema se agravar.

Quando não higienizamos corretamente a nossa boca, os micro-organismos se acumulam e se organizam em placas bacterianas, que formam uma película pegajosa, e, se não

forem removidas, vão se solidificar e endurecer, se transformar em tártaros.

As toxinas liberadas por essas placas irão afetar os dentes e as gengivas, levando a perda de osso na região.

Se essa destruição óssea for muito grande, o dente amolece e pode ter necessidade de tratar o canal, pois as bactérias migram por esses espaços até alcançarem o interior do dente pela própria doença periodontal.

A doença periodontal é um problema de saúde pública porque muitas vezes ela se relaciona com doenças sistêmicas, e a mais comum delas é a Diabetes Mellittus, que acomete aproximadamente 10% da população adulta no Brasil.

O dentista, durante uma anamnese, pode suspeitar que o paciente apresente diabetes e solicitar exames complementares para confirmar o diagnóstico. O diabético é bastante propenso a desenvolver a doença periodontal, apresentando alterações nas gengivas, múltiplos abscessos, perdas ósseas, além de dificuldades na cicatrização tecidual.

Quando ele recebe uma terapia periodontal básica (limpeza e remoção de tártaros) os seus níveis glicêmicos podem ser reduzidos e contribuir para um melhor controle da doença.

A população em geral desconhece essa relação entre a diabetes e a doença periodontal.

A prevenção das doenças gengivais está basicamente relacionada a uma boa higiene bucal. Escovar os dentes após as principais refeições e usar corretamente o fio dental pelo menos uma vez ao dia antes de se deitar, deve ser incorporado á rotina diária do indivíduo.

O hábito alimentar também precisa ser mudado caso a pessoa faça um consumo alto de açúcar e de bebidas alcoólicas.

Parar de fumar e visitar regularmente o dentista são fatores importantes na prevenção.

É importante lembrar que, com a pandemia gerada pelo Covid-19, a transmissão do vírus pela saliva já foi comprovada, e se higienizarmos bem a nossa cavidade oral, vamos diminuir a quantidade do vírus na saliva e na gengiva , e, caso estejamos contaminados, iremos disseminar menos a doença.

É fundamental cuidar da prevenção desses problemas, e buscar a ajuda de um dentista sempre que ocorrer algo errado em nossa boca, para evitar doenças, dor e infecção.