Internacional
Marinha Argentina intensifica vigilância contra pesca ilegal chinesa no Atlântico Sul
A Marinha Argentina tem reforçado suas operações de monitoramento e defesa no Atlântico Sul para impedir a entrada de navios pesqueiros chineses em sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Estima-se que mais de 300 embarcações chinesas, incluindo jiggers, palangreiros e arrastões, operem nas proximidades das águas argentinas, muitas vezes desativando seus sistemas de identificação automática (AIS) para ocultar atividades ilícitas.
O presidente argentino, Javier Milei, declarou que não permitirá que a China comunista viole a soberania da Argentina e explore ilegalmente seus recursos marítimos. Durante sua campanha, Milei afirmou que não faria negócios com países comunistas; no entanto, após assumir o cargo, ele reconheceu a importância da China como parceiro comercial, buscando equilibrar a defesa dos interesses nacionais com as relações econômicas internacionais.
A presença massiva de embarcações chinesas representa uma séria ameaça à soberania, economia e biodiversidade argentinas. Relatórios indicam que a frota chinesa é considerada a maior infratora mundial de pesca ilegal, não declarada e não regulamentada.
Em resposta, a Marinha Argentina tem adotado medidas enérgicas para proteger seus recursos marítimos. Em março de 2016, por exemplo, o patrulheiro argentino "Prefecto Derbes" afundou o arrastão chinês "Lu Yan Yuan Yu 010" após este ser flagrado pescando ilegalmente dentro da ZEE argentina. Todos os tripulantes foram resgatados com vida, e o incidente gerou protestos diplomáticos por parte do governo chinês.
A pesca ilegal não apenas prejudica a economia argentina, com perdas estimadas entre US$ 1 bilhão e US$ 2,6 bilhões anuais, mas também ameaça espécies marinhas essenciais, como a lula, fundamental na cadeia alimentar e na biodiversidade do Atlântico Sul.
A comunidade internacional observa atentamente as ações da Argentina para combater a pesca ilegal e proteger seus recursos naturais, enquanto o governo de Javier Milei busca equilibrar a defesa da soberania nacional com as complexas relações diplomáticas e comerciais com a China.
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