Depois de passar mais de uma semana no hospital, Lidiane teve uma parada cardiorrespiratória e morreu nesta segunda-feira (16).

Proibido pela Anvisa desde 2009, o formol pode ser altamente tóxico e não deve ser usado como alisante capilar.

A substância entra dentro do pelo, destrói as pontes de dissulfeto— que são responsáveis por dar forma ao nosso cabelo — daí vem o resultado dos fios com aspecto alisado.

Caio Lamunier, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que durante a progressiva ocorre a vaporização do formol contribuindo para que a pessoa inale o produto e absorva pelo pulmão. "Possivelmente a quantidade inalada por ela foi muito grande, como se tivesse injetado na veia, o que caracterizou uma contaminação no corpo todo", diz.

O dermatologista ressalta que o formol é altamente irritável e, se usado durante muitos anos, pode elevar o risco de cânceres de boca e pulmão. "Temos que ter cuidado com o cliente, mas cabeleireiro é a principal vítima, já que sempre está em contato com o produto e o inala constantemente.

Efeitos do formol no corpo

A substância pode gerar reações leves ou graves que podem levar ao óbito, como ocorreu com Lidiane

Efeitos leves

Tosse

Conjuntivite

Irritação nos olhos Irritação e coceira na garganta

Efeitos graves

Insuficiência respiratória

Parada cardiorrespiratória

Formas menos agressivas de alisar os fios

Lamunier reforça que todo método para alisar os cabelos é agressivo.

No entanto, se a pessoa quiser alisar os fios, o ideal é optar por substâncias menos perigosas como o tioglicolato de amônio ou fontes de calor como pranchas e secadores.

"Do ponto de vista médico, nenhum método é aconselhado quando você quer mudar a estrutura do fio.

Mas se a pessoa quiser alisar os cabelos, escolher essas técnicas é mais seguro, já que nenhuma terá contato direto com o pulmão e não eleva o risco de desenvolver doenças respiratórias ou cânceres", finaliza.