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Cultura & Entretenimento

Cultura afro-brasileira: os quilombos e memoriais do Vale do Café

No Vale do Café há um legado dos povos originários da floresta (indígenas), africanos, europeus, árabes e judeus. Eles estão vivos nos costumes, tradições, arquitetura, culinária, música, dança, conhecimento botânico e muito mais. 

A região abriga um quilombo com 170 anos de existência: o Quilombo São José da Serra, onde quilombolas descendentes de africanos do Congo, Guiné e Angola vivem do turismo cultural, da culinária e agricultura orgânica. Quilombo ou Kilombo é uma palavra que vem de uma das linguagens Banto, o Kimbundo, do noroeste de Angola. No passado, os quilombos eram locais de refúgio de africanos escravizados e afrodescendentes em todo o continente americano.

Outro destaque é o Centro Cultural do Jongo de Pinheiral, das professoras Fatinha, Meméia e Glorinha, em Pinheiral. O local oferece aulas de dança, canto, tambor e almoços. 

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Na rota da cultura afro-brasileira, vale a pena visitar o Memorial de Manoel Congo, herói africano que liderou junto com Marianna Crioula a luta pela liberdade de mais de 400 africanos e seus descendentes escravizados no século 19. Depois siga para as grutas construídas também por escravos na rota de fuga e em homenagem à Nossa Senhora da Penna. 

- Quilombo São José da Serra

Valença

É formado por descendentes de pessoas que foram escravizadas de origem do Congo, Guiné e Angola. É o mais antigo quilombo do Estado do Rio. Foi formado por volta de 1850. Na Serra da Beleza, após o distrito de Conservatória, ele abriga cerca de 150 quilombolas, que mantêm as tradições africanas. Aberto à visitação para almoços, apresentações de jongo, oficinas e vivências. Há uma bela pedreira com grutas, sob um gigantesco Jequitibá com registros de índios e africanos.

- Memorial Manoel Congo

Vassouras

Memorial ao líder africano Manoel Congo, no pequeno largo da antiga forca e do pelourinho. Homenagem ao líder do movimento de revolta pela liberdade, ocorrido em 1838, quando os africanos e brasileiros negros escravizados, fugidos da Fazenda Maravilha, sob a liderança de Manoel Congo e Marianna Crioula, formaram um quilombo. Capturado, Manoel Congo foi condenado à forca e executado em 1839. Manoel Congo dá nome a inúmeras praças e locais da região e é festejado com Marianna Crioula, como heróis estaduais.

- Gruta dos Escravos

Miguel Pereira

No alto de uma das colinas que margeiam a RJ-125, a Gruta dos Escravos ou Capelinha do Escravos foi construída por africanos e brasileiros negros escravizados no século XVIII, em homenagem à Nossa Senhora da Penna. Além da capela, a gruta possui várias pedras talhadas por eles. Tem uma belíssima visão panorâmica do Vale do Rio Santana e do Pico do Tinguá.

Obs.: As visitas à Capelinha dos Escravos devem ser cercadas de cuidados, pois o local apresenta vegetação intensa.

Distância aproximada da entrada: 1,2km. Altitude: 665m.

- Gruta do Quilombo

Paty do Alferes

Uma atração à parte no Caminho do Imperador é a gruta do Quilombo de Manoel Congo, localizada no trecho de Cruz das Almas. No ano de 1838, partiram da Fazenda da Freguesia, hoje Aldeia Arcozelo, em Paty do Alferes, 300 escravos liderados pelo africano Manoel Congo e por Marianna Crioula. Eles foram em direção à serra de Santa Catarina, onde fundaram um quilombo. Trechos da estrada foram tombados pelo Inepac, em 1984. O Caminho do Imperador está localizado no Vale das Princesas, região de serra que abrange Miguel Pereira, Paty do Alferes e Petrópolis. Marianna Crioula e Manoel Congo são heróis estaduais do Rio de Janeiro. 

- Casarão do Jongo de Arrozal - Jongueiros da Cachoeira

Arrozal

O mestre e líder Edgard Camilo reorganizou o Jongo de Arrozal, em 2003, e passou adiante os conhecimentos que aprendeu em muitas rodas de jongo na infância e juventude. O Jongo de Arrozal tem origem nas famílias e descendentes de africanos escravizados da Fazenda Cachoeira em Arrozal, Piraí. Sua data de surgimento consta como 1895 com os jongueiros Ismael Teixeira, Apolinário Sérgio, Antonio Fidelis, Bertolino Camilo, José de Fátima, Vitor Honório, Benedito Ribeiro, Francisco Telis, Dona Benta, Geraldino, Manoel Lourenço, Dona Rosária, Marciano Vieira, entre outros. Hoje o grupo é composto por netos e bisnetos que mantêm vivas as tradições. Sr. Edgar, mestre do Jongo de Arrozal, reúne o grupo pra apresentações no Casarão Centro Cultural do Jongo de Arrozal por agendamento. 

- Casa do Jongo - CREASF

Pinheiral

Maria de Fátima (Fatinha), Maria Amélia (Meméia) e Maria da Graça (Gracinha) da Silveira Santos, professoras e jongueiras, criaram o Centro de Referência de Estudo Afro do Sul Fluminense, um centro cultural do Jongo de Pinheiral. Oferece visitas guiadas, festas, oficinas, almoços, performances de canto, dança e contação de causos e histórias para grupos de visitantes. A casa serve uma tradicional feijoada no Dia de Santana, 26 de julho, Dia Estadual do Jongo, e tem uma biblioteca afro-brasileira aberta para consulta. 

Para essas e muitas outras informações sobre a região abençoada pela Mata Atlântica, visite o site: www.valedocafeturismo.com.br.