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Política

Eleições 2020: Eduardo Paes não deve ter dificuldades com a Câmara do Rio de Janeiro

As eleições municipais chegaram ao fim neste domingo, 29/11. No Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do Democratas (DEM), derrotou nas urnas o atual prefeito Marcelo Crivella, do Republicanos, confirmando o que apontavam as pesquisas O novo chefe do poder executivo iniciará o novo ciclo lidando com alguns problemas conhecidos pela população carioca: dificuldades financeiras, violência e uma pandemia que já matou mais de 13 mil pessoas na capital. Para enfrentar estes desafios, ele deverá ter grande apoio na Câmara de Vereadores, onde seu partido conta com uma das maiores bancadas, com sete representantes, assim como PSOL e Republicanos.

"Eduardo Paes não deve ter vida muito dura na gestão municipal. Além dos vereadores eleitos pelo Democratas, ele conta com apoio de Avante, PL, Cidadania e DC, ou seja, a base já nasce com 15 parlamentares, sendo que são necessários 26 para uma boa governabilidade. A Prefeitura do Rio tem uma margem que dá para negociar com as siglas e Paes é uma pessoa hábil politicamente, que sabe fazer uma boa composição", analisa Paulo Loiola, mestre em políticas públicas pela FGV e estrategista político da Baselab, rede de profissionais progressistas que são capacitados para gerir campanhas.

Segundo o especialista, a oposição deve ser restrita aos parlamentares de esquerda. “A oposição deve ser feita mesmo pelo PSOL, com suas sete cadeiras, que representam pouco mais de 10% da casa. Acredito, no entanto, que as novas caras do partido não farão oposição pura e simples. Deve ser algo mais programático, com questões territoriais. O PT e o PDT, com quatro cadeiras, podem colaborar em alguns acordos", explica.

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As pautas progressistas, defendidas anteriormente por nomes como Marielle Franco e Benedita da Silva, seguirão em debate na Câmara do Rio. O legado deve continuar sob liderança de novas protagonistas eleitas nas urnas, como: Tainá de Paula (PT), Mônica Benício (PSOL) e Thais Ferreira (PSOL). As três já afirmaram que irão defender os temas propostos por Marielle, como: justiça racial, educação pública e gratuita, gênero e sexualidade, entre outros. Mônica Benício é viúva da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em 2018.

“Considero que temos pessoas com uma boa capacidade de atuação legislativa e fiscalizadora no próximo mandato. As chapas dos partidos mais tradicionais como PT e PSOL estão melhores, com vereadores mais dispostos ao diálogo e com uma atuação mais moderna em termos de conteúdo, com destaque para Tainá de Paula, mulher negra mais votada, Thais Ferreira, única mulher negra eleita pelo PSOL esse ano, Monica Benício e William Siri. A entrada do Chico Alencar e a votação expressiva de Tarcísio Motta trazem, sem dúvida, uma esperança de bela atuação por parte da bancada progressista, somada aos nomes mais jovens”, conclui Loiola.