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Política

Governo Lula aposta em desencarceramento enquanto violência preocupa brasileiros

Em meio a uma crescente preocupação da população brasileira com a violência, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Plano Pena Justa, uma iniciativa que visa reformar o sistema prisional do país. O plano, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), propõe uma série de medidas que incluem a redução da superlotação carcerária, melhoria das condições de infraestrutura dos presídios e programas de reintegração social para detentos. No entanto, críticos argumentam que tais ações podem resultar em um desencarceramento em massa, potencialmente aumentando a sensação de insegurança entre os cidadãos.

Preocupação crescente com a violência

Pesquisas recentes indicam que a violência e a criminalidade estão entre as principais preocupações dos brasileiros. De acordo com levantamento da Quaest, divulgado em fevereiro de 2025, a insegurança lidera os temores da população de menor renda (16%) e da classe média (14%), além de ocupar o segundo lugar entre os mais ricos (15%), ficando atrás apenas da corrupção (16%). Esse cenário reflete uma tendência observada em levantamentos anteriores, nos quais a violência vinha se consolidando como um dos principais temores da sociedade brasileira.

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Detalhes do Plano Pena Justa

O Plano Pena Justa, elaborado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e homologado pelo STF, estabelece 51 ações e 306 metas a serem alcançadas até 2027. Entre os principais objetivos estão o combate à superlotação dos presídios, a melhoria da infraestrutura carcerária e o fortalecimento da reintegração social dos detentos. Uma das iniciativas previstas é o programa "Emprega 347", que busca criar vagas de trabalho remunerado para pessoas presas e egressas do sistema prisional, especialmente em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O presidente do STF e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, destacou durante o lançamento do plano que o sistema prisional brasileiro necessita de mudanças urgentes, afirmando que "os presos perderam a liberdade, mas não a dignidade"

AGÊNCIA BRASIL.

Críticas e controvérsias

Apesar das intenções declaradas do governo, o Plano Pena Justa tem sido alvo de críticas por parte de alguns setores da sociedade e de especialistas em segurança pública. O senador Sérgio Moro classificou a iniciativa como uma "política de celas abertas para criminosos", argumentando que pode aumentar a impunidade e vai na contramão do que o país necessita.

Além disso, parlamentares como a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) expressaram preocupação com a priorização de benefícios para detentos em detrimento de políticas de apoio à segurança pública e ao cidadão comum. Ela criticou a destinação de vagas de trabalho para presos em obras públicas, enquanto milhões de brasileiros honestos lutam para conseguir emprego.

Desafios na implementação

A implementação do Plano Pena Justa enfrenta desafios significativos, especialmente diante da crescente preocupação da população com a violência. Enquanto o governo busca humanizar o sistema prisional e promover a reintegração social dos detentos, há um clamor por medidas que garantam a segurança pública e combatam a criminalidade de forma eficaz. Equilibrar esses objetivos será crucial para o sucesso da iniciativa e para atender às demandas da sociedade brasileira por justiça e segurança.

Tags: Lula, Desencarceramento, Violência, STF, Pena Justa