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“Vai trabalhar, vagabundo”, diz Ricardo Salles em assentamento do MST | O TEMPO
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“Vai trabalhar, vagabundo”, diz Ricardo Salles em assentamento do MST | O TEMPO

Relator da CPI na Câmara, o deputado participava de diligências em áreas da reforma agrária no estado de Alagoas quando se exaltou

Política

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, deputado Ricardo Salles (PL-SP), se irritou e xingou trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Alagoas. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar aparece visitando o assentamento São José, em Atalaia (AL). Ao lado do presidente do colegiado, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), ele parece caminhar em uma direção quando volta e grita com um dos assentados. “Vai trabalhar, vagabundo!”.

A ida de Salles ao assentamento na sexta-feira (11) fez parte de uma diligência da comissão que investiga invasões do MST este ano. A pedido do deputado Fábio Costa (PP-AL), um grupo de parlamentares visitou assentamentos na região da antiga massa falida da Usina Ouricuri, passando pelos assentamentos Milton Santos, Jaelson Melquíades e Chico do Sindicato, respectivamente assentamentos Ouricuri I, II e III.

O MST comentou em nota que a comitiva impediu o acompanhamento de jornalistas e de parte da comunidade nos trecho percorridos, descumprindo um acordo pré-estabelecido e, em determinados momentos, agindo com truculência. “[Isso] Demonstrou a desqualificação dos deputados na condução da Comissão, a começar pelo descumprimento da rota estabelecida e aprovada em requerimento na Câmara Federal, quando a comitiva seguida de policiais armados, surpreendeu o acampamento São José, intimidando as famílias acampadas em um espaço símbolo da luta pela terra, em Atalaia e Alagoas por mais de 20 anos.”

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O movimento acusou os parlamentares da comissão, integrantes da direita e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, de “responsabilizar os limites estruturais à organização dos camponeses” como forma de “se distanciar de suas responsabilidades” como parlamentares. Entendemos que “os problemas estruturais para os camponeses e camponesas são também de responsabilização do Estado, que deveria assegurar políticas públicas efetivas de resolução para questões de moradia, educação, saúde pública e o conjunto de direitos que são negados diariamente aos trabalhadores e trabalhadoras.”