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Países se juntam para treino militar após China dominar mar usado de corredor para o comércio mundial
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Países se juntam para treino militar após China dominar mar usado de corredor para o comércio mundial

Asean destaca o impacto causado pela ampliação da influência chinesa no Mar do Sul, por onde passam R$ 15 trilhões por ano

Internacional

Soldados das Forças Armadas dos dez países-membro da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) se reuniram para um ensaio militar para reagir à influência da China no Mar do Sul, já que o país comandado por Xi Jinping ampliou a área de águas internacionais a que tem ingerência.

Trata-se do primeiro treinamento militar deste tipo entre Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia e outros países, que se encontraram no Mar de Natuna Sul, perto da costa de Brunei. Esse movimento é uma resposta ao aumento das tensões e também serve de protesto contra o que a China pratica nas águas da região.

O treinamento, com cinco dias de duração e sem foco em uso de armas, inclui ensaios para a segurança marítima, a patrulha das fronteiras e a distribuição de ajuda humanitária, informaram, em comunicado, as Forças Armadas da Indonésia. O Timor Leste, que está interessado em entrar na Asean, também participa do encontro militar.

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"Essa não é uma operação de combate porque a Asean é muito mais focada na economia. O treinamento é mais sobre atividades sociais", explicou Yudo Margono, chefe das Forças Armadas da Indonésia.

O ensaio ocorre em meio a protestos diplomáticos contra o lançamento pela China, no mês passado, de seu mapa de "linhas de 10 traços", que expande suas reivindicações para cobrir cerca de 90% do Mar do Sul da China. Essa área é estratégica e serve de corredor para o comércio mundial e movimenta, todos os anos, mais de US$ 3 trilhões (quase R$ 15 trilhões).

Os exercícios estavam previstos, inicialmente, para ocorrerem nas águas mais ao sul do Mar da China Meridional, que também é reivindicado por Pequim. As Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã se recusam a aceitar o novo mapa proposto pela China ao argumentar que não tem base legal.

A Malásia também entrou no protesto diplomático, mas de forma mais comedida. Disse procurar evitar conflito no Mar da China Meridional, mas que tem o dever de "enfrentar qualquer desafio à nossa soberania"

No início de setembro, as Filipinas condenaram a guarda costeira da China por abordar barcos que reabasteciam as tropas filipinas num atol desabitado nas disputadas Ilhas Spratley, no Mar da China Meridional.