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Perseguir ou matar o dissidente sai grátis em várias partes do mundo
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Perseguir ou matar o dissidente sai grátis em várias partes do mundo

A captura sem precedentes do jornalista bielorrusso Roman Protasevich é mais um passo em uma perigosa escalada: a da perseguição impune de dissidentes além das fronteiras

Internacional

Os passageiros do voo FR4978, procedente de Atenas, observaram perplexos como seu avião girou bruscamente depois que já havia iniciado a descida sobre Vilna, a capital lituana. Mais ainda quando um caça do Exército de Belarus se aproximou para escoltar o avião não até seu destino previsto, e sim para o aeroporto de Minsk. Mas um homem jovem ―que, visivelmente assustado, começou a vasculhar sua bagagem para entregar seu telefone e seu laptop à sua acompanhante― logo percebeu o que realmente estava ocorrendo: iriam prendê-lo. O homem, de 26 anos, era o jornalista e ativista Roman Protasevich, procurado por Belarus desde que, há dois anos, foi para o exílio temendo por sua vida. “Aqui me espera a pena de morte”, disse ele quando os serviços de segurança bielorrussos o retiraram do avião detido juntamente com sua namorada, Sofia Sapega, de nacionalidade russa e estudante da Universidade Europeia de Vilna.