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Internacional

Venezuelanos protestam em prol de professores e serviços básicos

Um homem entoa palavras de ordem enquanto segura um cartaz em espanhol: "Uma pessoa sem educação é uma pessoa incompleta — Bolívar", em uma manifestação de professores exigindo melhores salários em Caracas, Venezuela, no Dia Mundial do Professor, 5 de outubro (© Matias Delacroix/AP Images)

Os venezuelanos continuam protestando contra o regime ilegítimo de Nicolás Maduro, exigindo a restauração dos serviços básicos e melhor tratamento para os professores.

Em uma semana, do final de setembro ao início de outubro de 2020, 233 protestos varreram o país, desde vilas rurais a cidades como Caracas.

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Houve 113 protestos adicionais em 24 estados da Venezuela durante a primeira semana de outubro, com foco no aumento do salário anual dos professores e na melhoria de suas condições de trabalho.

Os professores, em média, ganham US$ 6,50 por mês, uma quantia que muitas vezes os obriga a encontrar empregos paralelos, de acordo com reportagens locais. Com apagões frequentes provocados pelo governo, carência de alimentação escolar e material escolar limitado, é difícil para os professores oferecer um ambiente em que os alunos possam aprender.

“Professores, vocês não estão sozinhos. Estamos juntos neste processo”, disse Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, em 5 de outubro. “Todos os venezuelanos, os sindicatos, os diferentes setores, devem se unir e acompanhar os professores em prol do futuro da Venezuela.”

Em setembro, os manifestantes saíram pacificamente às ruas para exigir melhores serviços básicos em cidades rurais, como Urachiche — que apoiava o regime de Maduro. Esses manifestantes marcharam por uma restauração do fornecimento de eletricidade e água, e uma maior distribuição de alimentos em meio à escassez crônica.

A Pesquisa Nacional de Condições de Vida de 2019-2020 (Encovi, na sigla em espanhol) relatou que apenas 77% da população têm acesso a água encanada e três quartos desse grupo dizem que sofrem interrupções frequentes do serviço. Noventa por cento dos venezuelanos não têm acesso confiável à eletricidade.

A resposta de Maduro é enviar o Exército para impedir as centenas de protestos pacíficos por serviços básicos, reprimindo a liberdade de expressão e negando aos cidadãos seus apelos.

Esses protestos recentes se somam aos cerca de sete mil protestos relatados pela mídia venezuelana de janeiro ao final de setembro de 2020.

“Essas condições terríveis não são o resultado de guerra ou desastres naturais. São os resultados de um líder autoritário inepto sistematicamente dizimando as instituições democráticas, a economia e a infraestrutura da Venezuela por meio da apropriação indébita de fundos estatais e do abuso do poder do Estado”, disse Michael Kozak, do Departamento de Estado, em 19 de outubro.

Fonte: Share America