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Internacional

Justiça da Espanha pode julgar por sequestro esquerdista que concorre a presidente da Colômbia

Principal tribunal de Madri recebeu denúncia contra Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro, pelo sequestro de um jornalista espanhol na década de 1980. Petro irá ao segundo turno das eleições colombianas.

A Justiça espanhola iniciou um procedimento que pode levar ao julgamento do candidato favorito a vencer nas eleições da Colômbia. Nesta segunda-feira (30), o principal tribunal de Madri aceitou uma denúncia contra o ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro Gustavo Petro pelo sequestro de um jornalista espanhol Fernando González Pacheco na década de 1980.

A Audiência Nacional, a instância mais alta da Justiça espanhola, afirmou ao g1 que vai buscar a família do jornalista sequestrado, já morto. Caso os parentes queiram a reparação de danos, uma investigação será aberta, que poderá culminar em um julgamento de Petro.

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No domingo (29), a Colômbia realizou o primeiro turno das eleições presidenciais no país, e Petro recebeu a maior quantidade de votos. Ele agora irá a segundo turno contra o candidato da extrema direita Rodolfo Hernández. Caso o atual candidato da esquerda colombiana vença as eleições, o julgamento pode acontecer após ele assumir a presidência do país.

Origem da denúncia

A denúncia foi aberta originalmente pelo advogado colombiano Roger Cavar Martínez. Na acusação apresentada à Audiência Nacional espanhola, Martínez alega que Petro cometeu crimes de guerra e de lesa humanidade ao sequestrar o jornalista.

"A denúncia relata que o denunciado teria sido integrante do grupo armado 'narcoparamilitar M-19", que, durante pelo menos duas décadas (nos anos 1970 e 1980) 'empregaram de maneira sistemática e indiscriminada o sequestro de pessoas, assim como a tortura e o assassinato internacional com o objetivo de destruir aos que consideravam inimigos", afirma o auto da Audiência Nacional.

Na Espanha, a Justiça pode abrir investigações próprias. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que a promotoria do país ou a parte diretamente envolvida solicite sua abertura.

Por isso, o juiz Joaquín Gadea, autor do auto, determinou a busca da família do jornalista espanhol. Caso os parentes queiram, a Audiência Nacional abre então a investigação, que pode continuar para um julgamento.