Internacional
Protestos contra restrições ao aborto levam 120 mil pessoas às ruas nos EUA
Milhares foram às ruas neste sábado (2.out.2021) nos EUA para se manifestar contra as recentes leis que restringem o aborto no país. Ao todo, foram 600 concentrações em diversas cidades norte-americanas, registrou a Reuters. Rachel O’Leary Carmona, diretora executiva da Women’s March, que organiza os protestos, disse que o número de participantes chegou a 120.000. O número, segundo ela, só é inferior às manifestações contra o ex-presidente Trump no dia seguinte a sua posse em 2017.
Os protestos são uma resposta à lei em vigor no Texas que tornou ilegal a interrupção da gravidez depois das 6 semanas de gestação –quando a maior parte das mulheres ainda não sabe que está grávida. “Não importa onde você mora, não importa onde você esteja, este momento é sombrio”, disse Alexis McGill, presidente da Planned Parenthood, organização de saúde sexual norte-americana, a uma multidão em Washington.
A norma no Estado não tem exceções para casos de incesto ou estupro e permite que qualquer cidadão processe os envolvidos na realização de um aborto, como médicos, parentes e amigos de pacientes. Também oferece US$ 10.000 para quem der entrada em um processo com sucesso. As manifestações foram realizadas dias antes da Suprema Corte dos EUA julgar a constitucionalidade de uma lei semelhante, protocolada pelo Mississipi, previsto para 1º de dezembro.
A medida quer tornar 15 semanas o prazo limite para interromper a gravidez. Se aprovada, a decisão –assim como já foi no caso do Texas, fragiliza a decisão de 1973, que assegura o direito ao aborto em todo o país. Se a decisão constitucional cair, os governos de cada Estado norte-americano poderão limitar, proibir ou garantir o direito ao aborto sem restrições jurídicas.
A atual formação da Suprema Corte, de maioria conservadora, rejeitou em 1º de setembro um pedido para bloquear a nova lei do Texas apesar dos apelos contrários do presidente democrata Joe Biden, que classificou a medida como um “ataque sem precedentes aos direitos constitucionais da mulher”