Política
Correios querem que clientes paguem rombo bilionário com aumento de tarifas em até 81,6%
Os Correios enfrentam uma crise financeira sem precedentes, registrando um prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2024, o que representa metade do déficit total das estatais federais no período.
Para mitigar esse rombo, a direção da empresa estuda aumentar as tarifas em até 81,6% a partir de abril de 2025, conforme documento interno intitulado "ações para sustentabilidade econômico-financeira".
A última revisão tarifária significativa ocorreu em 2017, com um reajuste de 4,094%, considerado insuficiente para cobrir os custos operacionais crescentes. Além disso, a implementação do programa "Remessa Conforme", conhecido como "taxa das blusinhas", impactou negativamente as receitas ao regulamentar compras internacionais.
Em meio a esse cenário, a estatal aumentou os gastos com dirigentes, passando de R$ 5,910 milhões em 2022 para R$ 8,159 milhões em 2023, um acréscimo de 38%. A empresa justifica que os reajustes estão dentro das normas legais e que parte das despesas refere-se a pagamentos de gestões anteriores.
O governo federal, preocupado com a situação, discute alternativas para melhorar o caixa dos Correios. Entretanto, a proposta de aumento tarifário enfrenta críticas, pois transfere o ônus da má gestão e ineficiência para os consumidores, que já lidam com um cenário econômico desafiador.
A implementação de um reajuste tarifário dessa magnitude pode afetar significativamente o acesso da população aos serviços postais e encarecer o comércio eletrônico, setor que depende fortemente da logística dos Correios para a entrega de produtos em todo o país.
A situação financeira dos Correios exige medidas estruturais que vão além do aumento de tarifas, incluindo a revisão de gastos internos, melhoria na eficiência operacional e exploração de novas fontes de receita para garantir a sustentabilidade da empresa sem onerar excessivamente os usuários.
Tags: Correios, Governo Federal, Lula, Brasil