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Economia

Inflação e juros altos continuam pressionando a economia em 2025, aponta IFI

A economia brasileira segue sob forte pressão inflacionária e com juros elevados em 2025, segundo o mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da Instituição Fiscal Independente (IFI). O documento destaca que, apesar da valorização recente do real frente ao dólar, que pode aliviar parte das pressões sobre os preços, o custo do crédito continua elevado, impactando a atividade econômica e limitando a recuperação do consumo e dos investimentos.

O mercado financeiro revisou para cima as projeções de inflação para 2025, com o Boletim Focus indicando uma estimativa de 5,60% para o IPCA, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O cenário obrigou o Comitê de Política Monetária (Copom) a elevar a taxa Selic para 13,25%, com possibilidade de novas altas caso a inflação mostre resistência. O Banco Central, preocupado com a deterioração das expectativas inflacionárias, já sinalizou que o aperto monetário poderá ser prolongado ao longo do ano, afetando o crescimento econômico e pressionando o setor produtivo.

O câmbio tem mostrado um comportamento mais favorável nos últimos meses, com o real se valorizando cerca de 8% frente ao dólar. Essa tendência ajuda a conter a alta de preços de bens importados, como combustíveis e insumos industriais. No entanto, a IFI alerta que esse movimento pode ser temporário e que uma nova depreciação cambial, seja por fatores externos ou pelo aumento da incerteza doméstica, pode reacender a pressão sobre a inflação e exigir uma postura ainda mais agressiva do Banco Central.

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No campo fiscal, a projeção da IFI para o déficit primário em 2025 é de R$ 71 bilhões (0,56% do PIB), dentro do limite da meta fiscal. Para evitar um descontrole maior nas contas públicas, o governo precisará bloquear R$ 18,6 bilhões em despesas e administrar um “empoçamento” de R$ 15,7 bilhões, ou seja, recursos que ficam no orçamento, mas não chegam a ser executados. A estratégia também inclui a execução de gastos fora do orçamento, como R$ 12,5 bilhões do programa Pé-de-Meia e R$ 8 bilhões do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais (FCBF), ambos previstos na reforma tributária.

A conjunção de inflação alta, juros elevados e a necessidade de ajuste fiscal impõe desafios adicionais para a economia brasileira. O aperto monetário pode conter a inflação, mas tende a frear a atividade econômica, dificultando o crescimento e pressionando o mercado de trabalho. O governo, por sua vez, enfrenta o dilema de equilibrar as contas sem comprometer programas sociais e investimentos essenciais, ao mesmo tempo em que lida com um cenário global incerto e a volatilidade do mercado.

Tags: IFI, Inflação, Juros, IPCA, Boletim Focus, Banco Central