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Política

Correndo por fora, professora da UFPE pode se tornar primeira mulher trans a assumir vaga no STF

Pioneira na Faculdade de Direito do Recife (FDR), a mais antiga do Brasil, onde se tornou a primeira professora trans e também a primeira trans a fazer parte da direção da instituição ligada à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a jurista Antonella Galindo pode também se tornar a primeira mulher trans a assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma campanha iniciada na útlima semana nas redes sociais passou a defender a candidatura de Galindo, que atualmente é vice-diretora da FDR/UFPE, para a Suprema Corte.

Correndo por fora na disputa pela vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta em 2 de outubro, a professora da UFPE terá enormes dificuldades para romper a 'polarização' entre o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, tidos como favoritos na corrida.

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"É um avanço que a transexualidade de alguém não seja vista como algo impeditivo para essa pessoa ter acesso a cargos de direção, a concursos, seja o que for. E, nesse sentido, eu fico muito feliz de ser pioneira nisso e de ser representante da comunidade LGBT e, mais particularmente, das mulheres e homens trans nesse espaço", disse Antonella em entrevista ao site da UFPE, pouco depois de ser eleita vice-diretora da FDR.

Além dos nomes citados acima, o atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, quer ser o escolhido de Lula. Fontes com bom trânsito no PT e no Palácio do Planalto garantiram à coluna Cena Política, do JC, que ele irá para o STF.

Da mesma maneira que os principais atores na disputa, Antonella não tem se colocado publicamente como candidata à vaga de Weber, porém pessoas próximas à advogadas fazem questão de expor sua candidatura.

CURRÍCULO DE ANTONELLA

Graduada pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), mestra e doutora em Direito pela UFPE, fez estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal.

Ela voltou para UFPE, como professara, após escolher a instituição, descartando outras duas universidades federais, para as quais foi aprovada em primeiro nos concursos públicos.

Na FDR/UFPE, Galinfo já foi coordenadora de curso, da pós-graduação e de Pesquisa & Extensão, antes de assumir a vice-diretoria.

A jurista também já integrou grupos de pesquisas da Universidade de Oxford, no Reino Unido: Oxford Transitional Justice Research e do Public International Law Group.

Além disso, a professora já atuou como presidente de diversas comissões da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE): Comissão de Estudos Constitucionais; Comissão de Direitos Humanos da OAB/PE; e Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/PE.

Também foi conselheira estadual da OAB-PE e conselheira Penitenciária do Estado de Pernambuco.

"Eu tenho um currículo que me credencia a estar onde eu estou. Mas o fato de eu ser uma mulher trans chama a atenção porque é um espaço que, até então, era muito negado à comunidade LGBT de um modo geral e, mais particularmente, às pessoas trans", afirmou Galindo em outro trecho da entrevista ao site da UFPE.