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Política
Estudos comprovam que manter escolas fechadas é um erro
A abertura de escolas não tem relação com as taxas de infecção por Covid-19. Essa foi a conclusão de um esrudo realizado pelo Insights for Education, com dados de 191 países. O estudo também constatou que quase todas as nações que estão sem aulas presenciais são países pobres que serão extremamente prejudicados pelo déficit educacional e que a maioria dos países que está enfrentando a segunda onda da pandemia permaneceu com as escolas abertas.
Nesta segunda-feira (7), o Unicef – agência da ONU que tem como objetivo proteger os direitos de crianças e adolescentes – utilizou o estudo como referência em um comunicado oficial no qual alerta sobre os “impactos devastadores no aprendizado, no bem-estar físico e mental e na segurança” das crianças em decorrência do período prolongado com escolas fechadas. Na ocasião, o chefe global do Unicef afirmou que fechar as instituições de ensino significa ir na direção errada."
Com o levantamento de dados, a Insights for Education concluiu que nações mais ricas – e com melhor classificação no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), principal avaliação da educação básica no mundo – retornaram às aulas ou mantiveram as atividades presenciais nas escolas mesmo em períodos de aumento das contaminações diárias. Esse é o caso, por exemplo, do Japão, que durante o período de estudo passou por duas ondas de infecção, com o pico da segunda onda sendo notavelmente mais alto que o primeiro. O ápice das contaminações até então havia ocorrido em agosto durante as férias de verão, mas o sistema de ensino retornou normalmente às aulas mesmo com os casos ainda bastante altos.
Outro exemplo vem da França. Durante o período de análise, o país havia passado por duas fases de reabertura desde que os primeiros casos da Covid-19 foram detectados. Por dois meses, desde a primeira reabertura até o período de férias (a partir de julho), os novos casos diários permaneceram relativamente baixos ou estáveis. Desde o final de julho, no entanto, um segundo pico passou a se formar com novas contaminações aumentando rapidamente para um valor mais do que o dobro do número de casos no pico inicial de março. Apesar do aumento, a decisão de reabrir todas as escolas presencialmente continuou sendo implementada. Medidas preventivas, como exigir que todas as crianças maiores de 11 anos usem máscaras faciais, são obrigatórias e as atividades extracurriculares foram reduzidas. O governo francês definiu várias condições nas quais os professores podem decidir trabalhar remotamente – como é o caso daqueles com mais de 65 anos.
Sobre o impacto do fechamento das escolas em países pobres, a Insights for Education argumenta que alunos de países de renda alta e média alta respondem por quase metade de todas as matrículas em todo o mundo, mas serão responsáveis por apenas 16% dos dias letivos perdidos. Em nítido contraste, a outra metade dos alunos globais, de países pobres, terá acumulado um "déficit de aprendizagem" correspondente a 84% do total de dias de aulas presenciais perdidas devido ao Covid-19 em 2020.
A Insights for Education também estima que quase metade dos 1,6 bilhão de alunos do ensino fundamental e médio do mundo (711 milhões) não terão voltado à escola até o final de 2020. A grande maioria das crianças que não voltará à escola neste ano vem de escolas de países pobres, aponta a entidade.
No documento, a entidade convida os gestores a revisitarem seus planos e medidas de emergência, podendo reabrir escolas adotando sistemas de segurança sanitária utilizados em outros países.
Foto de Ian Ingalula em Pixabay
Tags: escolas, Pandemia, educacao, Corona vírus , Covid-19