BACK
Política

Fazenda exige que bets apresentem políticas contra lavagem de dinheiro

A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda notificou, nesta quinta-feira (20), as empresas autorizadas a operar apostas online no Brasil, conhecidas como "bets", para que apresentem, até 17 de março, suas políticas de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. A medida visa assegurar que as operadoras detalhem os critérios e ações adotados para diferentes situações, sob pena de sanções em caso de descumprimento.

Atualmente, cerca de 70 empresas possuem autorização para explorar apostas online no país, cada uma pagando R$ 30 milhões por uma licença válida por cinco anos. O mercado de apostas projeta um faturamento anual de aproximadamente R$ 240 bilhões a partir de 2025, com R$ 204 bilhões destinados a prêmios. As operadoras deverão recolher cerca de R$ 360 milhões em impostos federais, além de R$ 720 milhões em tributos gerais.

A regulamentação das apostas online foi consolidada com a sanção da Lei 14.790/2023, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025. A legislação exige que as empresas estejam constituídas conforme as leis brasileiras, com sede e administração no país, e estabelece uma alíquota de 15% de Imposto de Renda sobre os prêmios líquidos dos apostadores. Além disso, impõe medidas rigorosas para prevenir a lavagem de dinheiro, proteger os dados dos usuários e impedir a participação de menores de idade.

Clique para continuar lendo

Dados do Banco Central indicam que, em 2024, as transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas online variaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões mensais. Esse aumento no volume de apostas levanta preocupações sobre o endividamento das famílias brasileiras e o possível impacto no consumo de bens essenciais.

Em resposta a essas preocupações, o Senado instalou, em novembro de 2024, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, destinada a investigar a influência das apostas online no orçamento das famílias e possíveis irregularidades no setor. A CPI, composta por 11 membros titulares e 7 suplentes, tem prazo até 30 de abril de 2025 para concluir seus trabalhos. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do requerimento de criação da comissão, atua como relatora.

Até o momento, a CPI realizou diversas audiências com especialistas, representantes de plataformas de apostas e influenciadores digitais, buscando mapear o cenário das apostas online no país e identificar possíveis irregularidades. As investigações estão em andamento, e o relatório final deverá ser apresentado até o prazo estabelecido.

A exigência do Ministério da Fazenda para que as empresas apresentem suas políticas de prevenção à lavagem de dinheiro reforça o compromisso do governo em regular o setor de apostas online, garantindo maior segurança e transparência para os consumidores e para a economia nacional.

Tags: BET, Banco Central, CPI, Ministério da Fazenda