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Economia

AGRICULTURA: DE OLHO NO FUTURO

De acordo com artigo da revista Forbes (1), publicado em janeiro do corrente ano, ninguém nada mais nada menos que Bill Gates, o dono da Micosoft, seria nos dias atuais o maior proprietário de Terras dos Estados Unidos, a partir de Land Report (2) onde constam em mapa todas as propriedades rurais do magnata da tecnologia, as quais somam pouco mais de 2689.84 hectares (3)– sendo destes, 2420 hectares de terras voltadas à agricultura.

Em termos relativos, o grande latifundiário Bill Gates é fichinha se comparado as grandes glebas de terras concentradas em alguns grupos de proprietários de terras do Brasil. Segundo o Canal Rural (4), dados apurados (sem informações do Incra), apontam que os três maiores proprietários de terra no nosso país, são, possivelmente, as empresas: SLC Agrícola, com 581 mil hectares; o Grupo Bom Futuro ( que pertence a Eraí Maggi), com 530 mil hectares e o grupo Amaggi, com 258 mil hectares.

No entanto, o interesse do grande investidor em tecnologia digital em ampliar seus investimentos para o setor agrícola, apontam que, para o futuro, essa atividade terá crescente importância no cenário dos negócios mundiais. Não somente pelo crescimento da população do planeta, que poderá atingir cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050, como também pelo aumento de seu consumo de comida per capita, à medida que enormes fatias destas populações tendem a ampliar seu potencial de demanda de bens e serviços – à exceção do período de crise econômica mundial provocada pela pandemia do vírus chinês, obviamente.

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Para os críticos do foco brasileiro na atividade agrícola (5), além de sua crescente importância como vetor do crescimento econômico do país e de sua relevância na nossa pauta de exportações (6), temos que esse setor absorvia em 2015 (7) cerca de 13 milhões de trabalhadores vinculados à agropecuária, mais de 6 milhões no comercio agropecuário, igual parcela nos agro-serviços e mais de 4 milhões na agroindústria – representando cerca de 30% dos trabalhadores do Brasil.

Segundo dados da OECD (8), a atividade agropecuária no Brasil se manteve em torno de 4.4% do nosso Produto Nacional Bruto (em 2018), com 67% deste voltado a produção de lavouras e 33% de pecuária. Para tal, ocupa apenas 23% da terra agriculturável do país, enquanto que a media mundial é de 33%. Em 2019, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio brasileiro chegava a R$1,55 trilhões, ou seja, 21.4% do Produto Interno Bruto do Brasil (9).

O Brasil é hoje o segundo maior exportador mundial de produtos agropecuários, tendo cerca de 43% das nossas exportações de produtos do agronegócio (10) além de garantir o nosso abastecimento interno e de compensar o déficit comercial dos demais setores da economia brasileira.

São os principais produtos de nossa pauta de agrícola (abrangendo produção para o mercado externo e interno) : a soja, que representa cerca de 25% da produção agropecuária brasileira, com faturamento de mais de R$175,63 bilhões; seguida por Carne bovina, com R$139, 71bi; e milho, R$90.70 bi.

Destes, a soja, que ocupa 14% de nossas exportações (11), ocupa também o 1o lugar como exportador, com market share (12) de 51% do mercado mundial - sendo superada, no entanto, no ranking dos produtos de exportação em participação global pelo suco de laranja, com 76% de market share . Outros produtos que somos primeirões como exportadores globais: açúcar, café, carne de frango, carne bovina, e carne suína.

Obviamente, não podemos nos limitar em sermos um dos principais celeiros do mundo, e precisamos restabelecer perdas do setor industrial, pois o Brasil sofreu um intenso processo de desindustrialização nas ultimas décadas (13). No entanto, no momento, é a atividade agrícola o esteio de nossa economia – e apresenta uma trend de valorização crescente, diante de olhos atentos do resto do mundo.

FONTES:

1. https://www.forbes.com/sites/arielshapiro/2021/01/14/americas-biggest-owner-of-farmland-is-now-bill-gates-bezos-turner/

2. https://landreport.com/2021/01/bill-gates-americas-top-farmland-owner/

3. Dividindo ares por 100 para converter em hectares.

4. https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/bill-gates-maior-proprietario-terras-eua/

5. https://revistaoeste.com/revista/edicao-49/o-agro-sob-novo-ataque/

e https://revistaoeste.com/politica/o-inimigo-numero-1-do-brasil/

6. https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro

7. segundo dados da PNAD de 2015, citados no item 6 acima.

8. https://www.oecd-ilibrary.org/sites/8f4be872-en/index.html?itemId=/content/component/8f4be872-en veja table 5.2.

9. https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro#_ftn1

10. Dados do item 9 acima.

11. https://www.mercadosagricolas.com.br/inteligencia/pauta-exportadora-brasileira/

12. Dados do item 9 acima.

13. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-06182020000200549 e https://www.scielo.br/pdf/ecos/v21nspe/v21nspea06.pdf dentre outros textos que tratam do tema da desindustrialização do Brasil.