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Economia

BRASIL E REINO UNIDO INICIAM PROCESSO PARA LIVRE-COMERCIO

A grande mídia não destaca, mas agora, em fevereiro de 2021, BRASIL e REINO UNIDO iniciam processo para um Acordo de Livre Comercio: foi assinado um memorando (1) para a criação de um Comité Conjunto de Agricultura (CCA) entre a nossa ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o secretario de estado do Meio Ambiente , Alimentação e Assuntos Rurais daquele país, George Eustice.

O CCA consistirá de reuniões presenciais ou virtuais entre os participantes, que serão realizadas alternativamente em cada país quando presenciais, e entre órgãos públicos do Brasil e Reino Unido e instituições pertinentes de sanidade agrícola e saúde animal.

Seu objetivo é o estabelecimento de colaboração sobre questões da agropecuária entre os dois países, quanto ao mercado agrícola de ambos, englobando regulamentações e certificações técnicas para segurança alimentar, sustentabilidade na produção e pesquisa e inovação no setor, de acordo com normas sanitárias e fitossanitárias internacionais (e não normas impostas pela UE, as quais não seriam necessariamente baseadas na ciência).

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Brasil e Reino Unido deram, assim, o primeiro passo para iniciar negociações para um Acordo de Livre Comércio, enquanto o avanço em um entendimento com a União Europeia segue travado por resistência de alguns membros do bloco, como a França (2).

Segundo o secretário de relações internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, antes da saída dos britânicos da União Europeia (via Brexit) qualquer discussão sobre comércio teria de passar pelo bloco europeu – o que, obviamente, criaria dificuldades para essa busca de integração, haja visto a dificuldade dos europeus de competir com o agronegócio brasileiro e suas resistências quanto a penetração de produtos brasileiros no mercado da UE.

O comercio do agro brasileiro com o Reino Unido é ainda muito pequeno, representando pouco mais de um bilhão de dólares, nos anos 2019 e 2020. Mas mesmo diante da pandemia do vírus chines, teve um leve crescimento de 5%.

As perspectivas de ampliação desse comercio tende a se expandir, visto que o Reino Unido importa cerca de 50% dos alimentos que consome – e com o Brexit tende a buscar novos parceiros, imagina-se, apesar de ter havido acordo entre este país e a EU nos mesmos moldes do assinado com o Brasil, em dezembro passado. A simples implantação de sistemas de checagem facilita a competitividade dos produtos brasileiros.

Hoje a China é o grande parceiro do agronegócio brasileiro, representando quase 34% de nossas exportações totais (3), o que consiste ao mesmo tempo uma dádiva e um perigo para nossa segurança econômica, diante das resistências dos europeus na compra de nossos produtos e do papel pequeno de vendas nossas para os EUA, que absorve menos de 10% de nossas exportações desse setor (4), segundo dados de 2018 e 2019, visto que é também um grande produtor agrícola.

Dependemos muito das compras de comida pela China e a China depende muito do Brasil para sua segurança alimentar. É uma simbiose positiva, com ganhos recíprocos, mas com altos riscos de ambas as partes. O ideal para o Brasil é diversificar seus compradores no mercado internacional, ampliar seus parceiros, para não depender tão fortemente de um único comprador.

Fontes:

1. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/brasil-e-reino-unido-criam-comite-conjunto-para-facilitar-relacao-na-agricultura

2. https://exame.com/economia/brasil-e-reino-unido-criam-canal-para-negociar-acordo-de-livre-comercio/

3. https://www.comexdobrasil.com/china-segue-avancando-e-ja-responde-por-337-das-exportacoes-totais-do-agronegocio-brasileiro/

4. https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Economia/noticia/2020/01/exportacoes-do-agronegocio-somaram-us-9679-bilhoes-em-2019.html