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Economia

GRAFENO E SUA PRODUÇÃO PARA USO HIGH TECH NO BRASIL

Em meados dos anos 1960 ao inicio dos anos 70, meu pai – engenheiro mecânico - trabalhava para uma empresa americana, como engenheiro de serviços, para suas enormes máquinas que eram usadas na construção da Transamazônica e outras obras de construção de estradas no Brasil, assim como em outros países da América do Sul, chegando até a Patagônia argentina. Nessa época, viajava muito de avião, para supervisionar e ajudar no consertos dessas máquinas.

Certa vez, em uma dessas viagens, indo para a Amazônia, sentou-se ao lado de um geólogo, que, segundo informou ao meu pai, trabalhava para outra grande empresa, não sei de que país, naquela imensa área do norte do Brasil. E papo vai papo vem, esse geólogo contou ao meu pai o seguinte: que todos as riquezas minerais da nossa Amazônia já eram detalhadamente mapeadas pelos estrangeiros, que conheciam tudo o que tínhamos, enquanto nem o povo nem o governo brasileiro tinham a menor noção do que existia naquela região.

Corte no tempo e no espaço, temos, em 2017, o então deputado federal Jair Messias Bolsonaro, em clip publicado no Facebook (1), comentando sobre mina de grafite com alta dose de GRAFENO, no Vale da Ribeira, em São Paulo; onde além de pegar e mostrar o pegajoso tipo de terra com suas mãos, comentando informalmente sobre seu preço no mercado internacional (2), aborda um tema que vez por outra eclode em publicações da mídia séria, comprometida com os interesses do país: a ocupação de Reservas Indígenas (3) - termo que aqui usamos de uma forma leiga, visto que a terminologia de terras ocupadas pelos povos indígenas varia – terras indígenas estas que foram criadas nos últimos decênios , pelo Brasil, coincidentemente em locais onde há minerais preciosos – não necessariamente ouro e/ou prata.

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Pois bem, exatamente naquela reserva de Grafeno (4) ,no Vale da Ribeira/SP, não é que a Funai levara 67 índios para residir, inclusive alguns que nem eram brasileiros, e a instituição solicitava a demarcação daquela área como Reserva Indígena – informava, não surpreso, o então deputado federal Bolsonaro.

Diante do crescimento em importância do uso desse mineral pela indústria de alta tecnologia, a nível global, tendo seu tamanho no mundo estimado em 78.7 milhões de dólares (5), em 2019, com taxa de expansão próxima de 40%, estimada para o período 2020-27 ( antes da crise da pandemia do covid19) - e da conscientização recente da importância de se explorar esse importante mineral aqui no Brasil - foram criadas fabricas em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, colocando agora nosso país dentre os mais importantes produtores de Grafeno , segundo a Revista de Pesquisa da Fapesp (6), de maio de 2020.

Mas a mera produção do material, a ser usado em suas diferentes formas por diversas indústrias pelo mundo – exigia que o Brasil partisse para explorar novas perspectivas, criando valor agregado ao produto básico, especialmente nos seus usus high tech, de forma que agora em janeiro de 2021 foi feito um Acordo com o Japão (7), de desenvolvimento de tecnologias para o Grafeno e também o Nióbio, outro metal extremamente precioso, e que o Brasil também precisa controlar suas diversas etapas de extração, produção e geração de valor agregado.

Isso posto, temos ainda um longo caminho a percorrer no sentido de não somente identificar nossas reservas de minerais preciosos, como de explora-las e ampliar as diversas etapas de diversificação e de ampliação de valor agregado aos produtos delas geradas. Que esse Acordo com o Japão para o Grafeno e o Niobio sejam o primeiro passo de novos caminhos para uma próspera indústria high tech em nosso país.

Fontes:

01. https://www.facebook.com/watch/?v=757100717772250 Bolsonaro em janeiro de 2017, no Vale da Ribeira, em SP, reporta a ocorrência de grafeno na mina de grafite que existe no local, onde a composição é de 150 gramas por kg. Mas a FUNAI trouxe 67 índios para a região do Vale da Ribeira e quer criar reserva indígena. Não existe terra rica onde não exista uma reserva indígena- afirma BOLSONARO.

02. https://www.graphene-info.com/abalonyx-sees-go-production-cost-reaching-22-eurokg-high-volumes preço de produção do grafeno cai à medida que se amplia o volume de seu uso, publicação de 24.09.2018: para usos limitados vai seu preço a 100 Euros o kg, para grandes volumes a 22 Euros o kg.

03. https://pib.socioambiental.org/pt/Localiza%C3%A7%C3%A3o_e_extens%C3%A3o_das_TIs segundo esse texto: Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja, 8.511.965 km2. As terras indígenas (TIs) somam 724 áreas, ocupando uma extensão total de 117.377.553 hectares (1.173.776 km2). Assim, 13.8% das terras do país são reservados aos povos indígenas.

04. https://blog.beard.com.br/o-que-e-grafeno/ publicação em blog de 29.03.2019.

05. https://www.grandviewresearch.com/industry-analysis/graphene-industry enorme report com detalhes dos usos do mineral e seu diverso mercado.

06. https://revistapesquisa.fapesp.br/grafeno-made-in-brasil/ Fábricas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul colocam o país entre os produtores globais do material, considerado de grande apelo tecnológico, publicação de maio de 2020.

07. https://www.gov.br/pt-br/noticias/educacao-e-pesquisa/2021/01/brasil-e-japao-assinam-acordo-de-cooperacao-em-tecnologias-para-grafeno-e-niobio documento oficial do Governo sobre o Acordo com o Japão.