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Economia

Dólar fecha no maior patamar desde janeiro com temor de recessão global

Mesmo longe das máximas do dia, o dólar comercial encerrou a sessão de hoje em alta de 0,60%, sendo negociado a R$ 5,4217, maior fechamento desde 27 de janeiro. O dia foi marcado pelo clima negativo nas principais praças internacionais diante do aumento dos temores de uma recessão global. A expectativa pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), deixou os investidores mais cautelosos, porém o documento não trouxe surpresas. Na máxima intradiária, o dólar foi a R$ 5,4624. Por volta das 17h15, o dólar futuro para agosto subia 0,64%, a R$ 5,4625.

No mesmo horário o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, subia 0,51%, a 107,07 pontos. Ante outras divisas emergentes além do real, o dólar avançava 0,57% contra o peso mexicano; 1,29% ante a lira turca; 1,55% ante o rand sul-africano; e 4,44% em relação ao peso chileno.

O aumento dos indícios de recessão global têm preocupado os investidores nos últimos dias, reduzindo o apetite por risco e elevando a busca por segurança. Esse clima de apreensão se refletiu no desempenho dos ativos hoje, conforme os investidores aguardavam a divulgação da ata da última reunião do Fed.

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Apesar de aguardada, a ata não trouxe nenhuma grande novidade. A mudança no cenário econômico desde a reunião, realizada entre os dias 14 e 15 de junho, deixou o documento datado. Isso se deve aos dados econômicos recentes, que mostraram sinais de esfriamento da economia, aumentando os temores de recessão.

"O problema todo é que é uma ata que reflete o passado", escreveu, em nota, Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores. "O mercado precifica uma recessão agora. O que vemos é que o Fed já tem espaço para ser mais frouxo no aperto monetário. A curva já não mostra uma alta de 0,75 ponto, mas sim de 0,50 ponto", disse. "Agora, a preocupação do mercado é o que o Fed irá fazer para evitar esse cenário de recessão nos EUA nos próximos meses”.

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, a tendência no mercado de câmbio é que o dólar se estabilize no no patamar de R$ 5,45 nos próximos dias, mas “apresentando mais volatilidade perto da próxima reunião do Fed”. Para os próximos meses, Rostagno diz que a “tendência ao longo do 2º semestre para o dólar é permanecer acima de R$ 5.

Por aqui, a chamada PEC das Bondades deve ser votada pela comissão especial da Câmara dos Deputados amanhã, ficando no radar dos agentes do mercado.