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Economia

CEO da Marisa: Não entendo como um governo pode legalizar o contrabando

O presidente da Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista, se manifestou após a reunião que o ministro da Economia, Fernando Haddad, teve com representantes de redes varejistas no sábado (1º). As informações são do Estadão.

Na última sexta-feira (30), o Ministério da Economia publicou uma portaria sobre a isenção de compras internacionais de até 50 dólares.

A peculiaridade do encontro, segundo João, aconteceu por conta da mudança de posicionamento da Pasta em relação a reuniões anteriores com o setor.

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– O ministro tinha prometido exatamente o contrário do que foi publicado, mas parece não ter tido força para prosseguir com o combate ao contrabando – disse Batista.

O comentário foi feito após ele participar de uma reunião do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) na manhã de segunda-feira (3) para discutir o tema.

– Nossa demanda é tão natural e óbvia — a igualdade nas condições de concorrência —, que tínhamos a certeza de que a ilegalidade seria combatida – disse.

Para ele, o governo legalizou práticas de comércio adotadas fora das regras tributárias.

– Não consigo entender como um governo, ainda mais do PT, seja capaz do absurdo de legalizar o contrabando contra os interesses da indústria nacional. Estamos entre os maiores geradores de empregos formais do país, prezamos por garantir o respeito à formalização da produção e a todas as regras de combate ao trabalho irregular e à qualidade dos produtos.

João acredita que a portaria do governo não só vai contra essas práticas, como torna oficiais as importações que até então eram consideradas contrabando. Também estimula as vendas em plataformas como a Amazon, que até então recolhiam todos os tributos sobre qualquer compra, ao mesmo tempo em que reduz a arrecadação do próprio governo.

Haddad disse que a portaria trazia apenas os primeiros passos para a implementação do plano de conformidade para marketplaces internacionais e que alterações seriam feitas no futuro. Entidades varejistas estudam entrar na Justiça contra a portaria.

Nogueira Batista também diz estranhar que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não tenha se posicionado em relação à política industrial errática do governo.

– Por um lado, são dados subsídios a carros de classe média que parecem não ter efeito na produção, com ameaça de novas paralisações, sem ter a conta do retorno desse gasto. De outro, ao favorecer o contrabando, o governo prejudica a indústria têxtil. É coisa de maluco.