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Economia

Dólar continua caindo e a expectativa é de que esse movimento continue até o final do ano

O dólar vem caindo em relação ao real desde meados de abril. Depois de chegar perto a R$ 5,80 no fim de março, a moeda americana vem recuando para o nível de R$ 5,30 ou menos, ainda que com muitas oscilações. Segundo profissionais de mercado, essa tendência, de fortalecimento da moeda brasileira com sobe e desce, deve predominar ao longo dos próximos meses até o fim do ano. A expectativa é que a entrada crescente de dólares no país faça a moeda perder valor e fechar o ano cotada a R$ 5.

Os motivos que estão provocando a queda do dólar aqui no Brasil são o aumento da taxa básica de juros (a Selic), a valorização de matérias-primas como minérios e grãos no mundo e o crescimento das exportações, com entrada de recursos estrangeiros no Brasil.

Segundo economistas, esses três fatores devem continuar alimentando a recuperação do real até o fim do ano. Mas essa tendência é ameaçada por três personagens que podem roubar a cena e injetar maior grau de incertezas no mercado de câmbio: o descontrole dos gastos do governo brasileiro; o aumento da inflação além do que o Banco Central prevê; e aumento dos juros nos Estados Unidos.

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- 3 motivos para o dólar continuar caindo:

- Alta de juros: A Selic começou a subir depois de cinco anos. Desde março, subiu de 2% para 3,5% e deve ir a 4,25% no próximo encontro do Comitê de Política Monetária do Banco Central, em junho, e fechar o ano em 5,5%, segundo projeções de economistas de bancos.

Juros mais altos aqui no Brasil atraem investidores estrangeiros mais especuladores que aplicam no mercado financeiro para ganhos de curto prazo.

Quanto maior a diferença de juros do Brasil em relação a outros países, mais interessados eles ficam em vir para cá.

- Preço de commodities: Matérias-primas estão em alta, com valorização de metais, grãos, carnes, papel e celulose. O preço do minério de ferro, por exemplo, está perto de US$ 200 a tonelada, um recorde histórico. A China é o maior comprador mundial desses produtos e está retomando com força o crescimento econômico, importando cada vez mais. E como o Brasil é grande exportador desses produtos aproveita essa onda para faturar mais dólares.

- Conta corrente positiva: A balança comercial -exportações e importações- teve o melhor saldo para abril da história. E o fluxo cambial acumulado no ano até abril está positivo em quase US$ 13 bilhões. Com entrada dos dólares de investidores em busca dos juros mais interessantes no mercado financeiro e das vendas de nossas exportadoras, como Vale, CSN, Suzano e Klabin, a oferta da moeda americana aumenta dentro do Brasil.

De maneira geral, a maioria dos fatores hoje favorece uma apreciação do real, mas o ambiente doméstico é que pode atrapalhar isso.

Tags: Dólar, Real, Economia, Selic, Inflação