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Com crise de bancos nos EUA, Dólar fecha no maior valor desde 9 de fevereiro | O TEMPO
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Com crise de bancos nos EUA, Dólar fecha no maior valor desde 9 de fevereiro | O TEMPO

Quebra do banco Silicon Valley Bank (SVB) trouxe de volta o fantasma da recessão nos EUA

Economia

O dólar abriu a semana em alta firme no mercado doméstico de câmbio e fechou no maior nível em mais de um mês, alinhado à onda de fortalecimento da moeda americana frente a pares emergentes do real com aumento da aversão ao risco no exterior. Apesar da ação rápida de autoridades americanas para assegurar a solidez do sistema financeiro, com linha de redesconto a bancos e garantia a depositantes, a quebra do banco Silicon Valley Bank (SVB) trouxe de volta o fantasma da recessão nos EUA.

Investidores não apenas começaram a colocar em xeque a possibilidade de nova alta 25 pontos-base da taxa básica dos EUA neste mês como já projetam redução dos juros americanos ainda neste ano. A taxa da T-note de 2 anos caiu dois dígitos, abaixo de 4%. Por aqui, a perspectiva de queda da taxa Selic ainda neste primeiro semestre - que estava no radar dos agentes em razão da deterioração do mercado de crédito - ganhou ainda mais corpo.

Segundo analistas, a trinca formada por limitação da exposição a divisas emergentes, perspectiva de taxa Selic menor e temores de deterioração da atividade doméstica acabou abalando o real. A moeda brasileira, que costuma apanhar mais em dias negativos no exterior, hoje não liderou as perdas entre pares, papel que coube ao peso mexicano, com desvalorização superior a 3%.

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Cotação

Depois de ensaiar uma escalada mais forte na primeira hora de negócios, quando esboçou correr até R$ 5,30 ao atingir máxima a R$ 5,2828, o dólar se acomodou por volta de R$ 5,23 no fim da manhã, em linha com o exterior. Ao longo da tarde, a divisa voltou a ultrapassar o nível de R$ 5,25 e encerrou a sessão em alta de 1,16%, cotada a R$ 5,2688 - maior valor de fechamento desde 9 de fevereiro (R$ 5,2788).

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, a taxa de juros no Brasil e em outros mercados emergentes atingiu seu pico e o mercado de moedas já especula em torno do início de um afrouxamento monetário. "No caso do Brasil, isso é ainda mais claro. Antes do evento do SVB, o mercado já se precificava corte de juros antecipado. E, com o que aconteceu nos EUA, passou a precificar redução ainda maior, o que se reflete no valor da moeda", afirma Oliveira, que vê início de corte da taxa Selic em junho, uma vez que "as condições financeiras estão muito mais apertadas após algumas empresas do varejo apresentarem problemas no balanço".