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Economia

Restrição de oferta leva cotação do petróleo ao maior valor em dez meses

Ao atingir seu maior valor,k em quase dez meses – desde novembro de 2022 – e completando uma semana de ganhos, as cotações futuras do petróleo apresentaram nova alta, na sessão desta sexta-feira (8), ante a perspectiva de manutenção, por tempo indeterminado, dos cortes de produção da Arábia Saudita e Rússia (segundo e terceiro maiores produtores mundiais).

Sob este viés, o tipo WTI da commodity (referência ianque), com vencimento para outubro, avançou 0,73% (+US$ 0,64) a US$ 87,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o tipo Brent (referência global), para novembro, valorizou 0,81% (+US$ 0,73), a US$ 90,65 o barril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE). Em relação a sexta-feira anterior (1º), os contratos líquidos do WTI e do Brent registraram altas de 2,29% e 2,37%, respectivamente.

Também tiveram influência de baixa das cotações, na maior parte da sessão de hoje (8), fatores como a desaceleração econômica da China e da Europa, ao final, revertidas para o viés positivo. Para o analista da Oanda, Edward Moya, “ninguém tem dúvida de que a Opep+ manterá o mercado apertado no inverno [no hemisfério norte]”, ao prever que os cortes de produção, patrocinados pela Opep+ deverão elevar, em aproximadamente 2 milhões de barris dia, o déficit da oferta global.

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Na avaliação de Moya, o ‘rali’ do petróleo tende a se sustentar, caso a situação da China se estabilize. “Se o dólar também começar a se enfraquecer, isso poderia fornecer uma camada a mais de apoio indireto aos preços do petróleo”, acrescentou.

Mais cético, o analista da CMC Markets, Michael Hewson, ressalta que ‘há riscos na abordagem [restritiva] saudita e russa’, pois os cortes de produção ‘forem exagerados’, o que pode causar a ‘destruição’ da demanda, em uma economia global já fragilizada’ por dados econômicos negativos, tanto do gigante asiático (queda nas exportações), quanto do ‘velho continente’ (recuo do PIB local).

No paralelo, a empresa Transneft, que trabalha com dados de embarque de petróleo e derivados da Rússia, previu que os embarques russos devem despencar 25% este mês, atingindo 9 menor patamar desde maio deste ano.